Seminário Diocesano Nossa Senhora da Luz completa no dia 02 de fevereiro, 60 anos

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Nesta terça-feira, 02 de fevereiro, o Seminário Diocesano Nossa Senhora da Luz, em Luz, irá completar 60 anos de fundação.

Para celebrar a data, haverá uma Missa em Ação de Graças na Catedral Nossa Senhora da Luz, que também neste dia é o dia de Nossa Senhora da Luz, padroeira da cidade de Luz e também da Diocese.

De acordo com o reitor do seminário padre Tiago da Silva, explicou que devido a pandemia da Covid-19, este ano haverá apenas a celebração Eucarística na intenção e durante o ano será realizada algumas atividades como visitas às paróquias e trabalhos vocacionais.

A criação e instalação

A criação e instalação do Seminário Diocesano vem pontuada no calendário no dia 2/2/1961 e foi comunicada aos diocesanos em “Carta Circular sobre o Seminário e as vocações sacerdotais”, datada de 24/4/1961. Para reitor, D. Belchior nomeou o então Capelão Militar, Côn. César Alves de Carvalho, que era grande entusiasta da ideia de um seminário diocesano para acolher e estimular as vocações sacerdotais.

Eram tempos difíceis, de expectativa e de cautela. A Igreja preparava o Concílio Vaticano II, convocado pelo Papa João XXIII em 1959, e que trouxe profundas mudanças na compreensão da Igreja e no seu relacionamento com o mundo moderno. Este halo de renovação se fez sentir no Seminário nascente, premido pela falta de recursos, foi concebido em regime de semi-internato. Os seminaristas de 5ª e 6º série do Ginásio estudavam no Seminário, mas os de 7ª a 8ª série estudavam no Colégio São Rafael, das irmãs vicentinas. Os seminaristas que concluíam o 1º grau faziam o curso científico (2º grau) na Escola Estadual (posteriormente denominada “Comendador Zico Tobias” em homenagem póstuma ao pai de D. Belchior), estando, depois, aptos para o ingresso no seminário maior.

Esta abertura para a participação de pessoas leigas no processo de formação e a convivência dos seminaristas com ambientes escolares que não o do próprio seminário, foi uma novidade conflitiva e dolorosa. Os seminaristas eram cobrados como modelos de aluno e não podiam ter qualquer falta, deslize ou imperfeição que eram denunciados ao Reitor e repreendidos, inclusive com castigos físicos. Era como se o ambiente de seminário devesse ser estendido no entorno do seminarista, protegendo-o das influências externas. Mas foi também um significativo passo para viabilizar não só o Seminário em si, como também a sua adaptação ao novo contexto de Igreja que estava para vir.

Dos seminaristas desta época (de 1961 a 1970) restou somente o hoje Pe. Sebastião Fernandes Pereira, que ingressou no Seminário de Luz em 1963, indo depois para Mariana, onde cursou Filosofia e Teologia, sendo ordenado Padre aos 12/9/1975, em São Gotardo. É o primeiro Padre originado do Seminário de Luz.

Dom Belchior percebia que as instalações do Seminário eram provisórias e, para o futuro, seriam necessárias outras mais adequadas. Ele próprio relata como se deu a construção do novo prédio, que posteriormente se tornou a Faculdade de Luz:

“Lançamos mão de um terreno da Fazenda do Açudão – patrimônio da mitra – que havíamos conseguido registrar no Cartório de Dores do Indaiá. Loteamos todo aquele “cerrado” de menor cultura, aquela parte não habitada, ociosa, que se estendia depois da Vila Vicentina até o Campo de Aviação. Quando nos objetaram sobre o isolamento em que ia ficar, em Lua, o edifício do Seminário Menor (já em 1961, havíamos começado o Seminário nas dependências do Palácio) respondíamos, de maneira ousada e pretensiosa, que ali havíamos de ter, em breve, o melhor bairro da cidade, bairro que pretendíamos chamar de “Bairro Monsenhor Parreiras”, lembrando o fundador da Diocese, sendo que havíamos de pôr nas ruas os nomes das Paróquias, de todas as Paróquias da Diocese de Luz – o que pudemos fazer, com a aprovação unânime da Câmara Municipal” .