39ª AGO do CNLB: presidente do organismo conclama o laicato a assumir seu papel profético na Igreja e na sociedade

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Cerca de 209 cristãos leigos e leigas de todo o Brasil, organizados pelo Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), estão participando de modo remoto, desde ontem, 3 de junho, Corpus Christi, da 39ª Assembleia Geral Ordinária (AGO) do organismo do Povo de Deus na Igreja no Brasil.

O encontro é caracterizado como um espaço para animar os cristãos leigos e leigas a celebrar sua vocação, missão e protagonismo na Igreja, além de aprofundar o tema que foi escolhido para a caminhada de 2021: “Cristãos leigos e leigas em missão: respondendo aos novos desafios”.

Participam da 39ª AGO como delegados com direito a voz e voto os membros do Colegiado Deliberativo, da Presidência, do Conselho Fiscal e do Conselho Econômico; 5 delegados de cada CNLB regional e 3 delegados de cada organização filiada.

No primeiro dia do encontro, o padre Alfredo Gonçalves aprofundou o tema: “Cristão leigos e leigas em missão: respondendo aos novos desafios”, com a reflexão sobre a urgente necessidade de que cristãos leigos e leigas possam despertar, ainda mais, para sua vocação e missão diante de tantos e novos desafios para ser presença de Igreja “em saída” nas cidades “cada vez mais urbanas”, plurais e diversificadas.

Os regionais do CNLB prepararam um momento para alimentar a mística e a espiritualidade da unidade na mesma fé, no mesmo Deus e nas mesmas lutas, mas partindo de culturas e lugares diferentes. A mística buscou trabalhar o verbo “Esperançar” no sentido colocado pelo educador Paulo Freire: “é preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo…”.

A 39ª  Assembleia Geral está aprofundando assuntos como o Grito dos Excluídos e Excluídas e do Pacto pela Vida e pelo Brasil. O encontro vai reforçar os compromissos dos cristãos leigos e leigas do Brasil na luta por Terra, Teto e Trabalho; e exigência da vacina contra a Covid-19 como forma de pela defesa da vida, reafirmando também a defesa do Sistema Único de  Saúde (SUC) do Brasil e o auxílio emergencial neste tempo da pandemia.

“Sair para as veredas e encruzilhadas, como discípulos missionários”

Participantes da 1ª coletiva da 39ª AGO do CNLB. Foto: print.

Na primeira coletiva do evento, realizada ontem, dia 3 de junho, às 13h, com transmissão pela página no Facebook e o canal do Youtube do CNLB, a presidente do organismo, Sônia Gomes de Oliveira, disse que o laicato no Brasil tem respondido às propostas de compromisso de formação, de conscientização e de atuação eclesial e social. Ela explicou que o tema da 39ª AGO resgata o Documento nº 105 da CNBB para reforçar a necessidade de avançar e superar recuos.

De acordo com ela, é necessário retomar e fazer a reflexão, na Igreja em todos os níveis, sobre a consciência de ser cristãos leigos e leigas, sujeitos eclesiais pela graça do Batismo na Igreja e presença transformadora à luz da fé cristã na sociedade.

A presidente do CNLB desafiou os cristãos leigos e leigas do Brasil a ocuparem espaços na sociedade sobretudo neste tempo da pandemia que, segundo ela, escancarou as feridas de uma sociedade doente e ferida. Ela defendeu ser necessário garantir que ninguém mendigue uma cesta básica e que não dependa do auxílio emergencial mas que todos os brasileiros tenham Trabalho, Terra e Teto, como foi defendido pelo Papa Francisco.

Sônia fez um  pedido à oração pelas 468 mil vidas perdidas para a Covid-19 e estendeu a sua solidariedade e a solidariedade do CNLB às famílias enlutadas. Ela reforçou que o que diferencia os cristãos é que “sofremos, mas acreditamos na Ressurreição. O Sol da justiça brilhará”, afirmou. Para ela, é necessário que os cristãos leigos e leigas sejam um testemunho iluminador nos espaços do mundo que apontem para os valores do Evangelho.

“É necessário o laicato assumir seu o papel profético. Sair para as veredas e encruzilhadas, como discípulos missionários, sair da desesperança e do entristecimento”, convocou.

O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o bispo de Tocantinópolis (TO), dom Giovane Pereira de Melo, retomou na coletiva os documentos do magistério da Igreja Católica que abordam o tema do laicato a partir do Concílio Vaticano II.

Entre eles, o bispo destacou pontos da Lumen Gentium, a Apostolicam Actuositatem, da Christifideles Laici de  São João Paulo II, o documento nº 62 da CNBB que fala sobre “Missão e Ministérios dos cristãos leigos e leigas”. Dom Giovani falou também do mais recente documento da CNBB, o de nº 105, “Cristãos leigos e leigas, sal da terra e luz do mundo, à serviço da Igreja e da sociedade” como referências ao reconhecimento da atuação dos cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade.

O assessor da Comissão para o Laicato da CNBB, Laudelino Azevedo, motivou todo o laicato a participar do momento de escuta na Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe, organizada pelo Conselho Episcopal Latino Americano (Celam). Ao fazer memória das 5 conferencias episcopais do Celam, ele comentou que o Papa Francisco teve discernimento e sabedoria sobre a decisão de não propor outra conferência episcopal na América Latina, afirmando ser ainda vivo e atual o legado da 5ª conferência de Aparecida. “O Santo Padre optou por uma Assembleia Eclesial mais ampla, na perspectiva da Sinodalidade”, disse. Segundo ele, a Assembleia Eclesial é momento de ouvir todos os Organismos do Povo de Deus.

Laudelino reforçou que o processo encontra-se na fase da escuta para a qual todas as forças vivas da Igreja são convidadas. Falou também da articulação conduzida pela CNBB com representantes de todos os organismos e pastorais da Igreja  no Brasil com a missão de animar o processo de escuta de todas as realidades eclesiais presentes no país. Ele lembrou que também serão ouvidos homens e mulheres que não participam na Igreja, nem mesmo das missas, para levantar os desafios de diálogo com quem está distante da vida eclesial.

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Fonte: CNBB